Família

Os problemas de relacionamento entre pais e
filhos
© Dra Olga Inês Tessari
Psicóloga e Psicoterapeuta desde 1984
CRP06/19571-6

Toda e qualquer pessoa necessita sentir que alguém a ama e a
admira, mesmo com todos os defeitos que ela possa ter... Dentro de
uma família, ela sempre se sentirá amada e aceita, por mais rude que
a família seja, por mais terrível que seja o seu erro (após passado o
primeiro momento de raiva e de aborrecimento que ele provoca).

A família sempre apóia os filhos em tudo o que eles fazem, desde que
sejam coisas razoáveis (dentro das regras familiares), e é ela quem
promove o sentido de segurança aos filhos.

A família é a célula mater da sociedade; o lugar onde se desenvolvem
as estruturas psíquicas, onde a criança forma a sua identidade e
desenvolve o seu emocional. A família determina funções, papéis e a
hierarquia entre seus membros; é também o espaço social da
confrontação de gerações e onde os dois sexos (masculino e
feminino) definem suas diferenças e as relações de poder.

A família tem como função educar os filhos e prepará-los para o
convívio social.
Dentro de uma família (pais e filhos) podemos definir dois tipos
básicos de relações:

Relação entre os pais (marido e mulher):

A relação homem-mulher inicia uma nova família. São duas pessoas
diferentes, com suas próprias crenças, valores, educação e cultura,
que necessitam ajustar-se em seus princípios para uma boa
convivência. E como é que se obtém o equilíbrio conjugal? É de suma
importância que o casal tenha respeito mútuo, amor, e que possa
trocar idéias através de muita conversa e diálogo para propiciar,
dessa forma, um ambiente saudável ao crescimento dos filhos. Os
pais necessitam estar sempre de comum acordo (pelo menos na
frente dos filhos) para promover uma educação satisfatória.

Relação entre pais e filhos:

Cabe aos pais o papel de educar os filhos. A educação é a condição
básica para o convívio social. Educar implica o uso de autoridade para
estabelecer limites; dar ordens e proibir o indispensável que
possibilite à criança controlar sua impulsividade: toda criança nasce
egoísta; ela passa a respeitar o outro através da educação, disciplina,
mas, principalmente, pelo exemplo dos pais. As crianças sempre
identificam-se com um dos pais, e fazem o que esse adulto faz (ex.:
a menina veste-se como a mãe).

Quando os filhos são pequenos, os pais sempre decidem "o que",
"como" e "quando"; ou seja, eles têm plenos poderes sobre seus
filhos e por eles tomam as decisões que julgam corretas. A criança
vive cômoda e prazerosamente nesta relação de dependência, com
suas necessidades básicas satisfeitas e papéis claramente definidos.
Mas, quando os filhos chegam à fase da adolescência, surge, na
maioria das famílias, uma série de conflitos entre os pais e os filhos!

Os pais têm dificuldade para aceit ar o crescimento de seus filhos...
Quantos pais dizem sentir saudades do tempo em que os filhos eram
bebês? Admitir que o filho cresceu equivale a reconhecer que eles
estão ficando mais velhos! Para o pai, é difícil aceitar que sua eterna
namoradinha agora se interessa por um outro homem que não é ele!
E a mãe, muitas vezes, não consegue tolerar a existência de outra
mulher cheia de juventude!

Muitos pais não se conformam por terem perdido o "posto" de heróis
insubstituíveis dos filhos, e não conseguem suportar o olhar crítico
dos jovens, pois estes começam a enxergar os pais como são:
pessoas com todos os defeitos e qualidades que lhe são próprios. Há
pais que passam a controlar exageradamente a vida dos filhos, como
se pudessem, com isso, voltar a tê-los como crianças: não respeitam
sua privacidade, querem participa r da vida deles de forma integral, e
usam, para o controle deles, os perigos que aumentam nesta fase (a
violência, a AIDS, etc...).

Muitos pais querem antecipar questões aos filhos para evitar
sofrimentos futuros... Mas o único método conhecido para se
aprender algo é vivendo! Na realidade, a maioria dos problemas na
relação entre pais e filhos baseia-se num conflito de poder! Os pais
podem exercer o autoritarismo (quando o poder está em suas mãos)
para atender suas próprias necessidades, ou fazer uso da
permissividade, quando delegam o poder nas mãos dos filhos para
fazerem o que desejarem...

O mais importante neste tipo de relacionamento é uma resolução
conjunta; buscar juntos e criar soluções conciliatórias para que todos
sejam bem atendidos (onde as minhas necessidades são tão
importantes quanto as suas). O maior papel dos pais consiste em
apoiar, compreender e dialogar sempre com seus filhos!!!

Fonte:
http://ajudaemocional.tripod.com/id11.html